sexta-feira, 1 de julho de 2016

OS DESAFIOS DA NOVA ENERGIA (Portal Dorado)

            Cada um de nós, através do nosso Ser Superior pediu neste tempo um desafio para provar onde estamos falhando e o que necessitamos polir e o discernimento do que necessitamos eliminar das nossas crenças.
            As pessoas, coisas ou eventos que representam um desafio, são somente uma ilusão, um espelho da nossa divindade mostrando o caminho a seguir. Observa ao redor e reflete sobre seus desafios. Esperar que algo funcione não é o suficiente para que funcione. Porque a esperança surge da dúvida. Quando temos esperança é porque no fundo duvidamos que as coisas funcionem, quando temos esperança, não temos Fé.
            A nova energia é questionadora, derrubadora de velhos paradigmas, é uma energia revolucionária, sustentada no amor mesmo, capaz de derrubar o temos do velho
                        Pedra Angular da Fé
            A Fé não é uma questão de religião, nem é crer cegamente em algo que não se pode comprovar. Fé é a certeza de que algo é real.
É a Fé que nos dá em todos os casos, a força para realizar nossos sonhos. Fé é a certeza, e a certeza se forma em base dos desejos do nosso coração.
Seja sincero consigo mesmo: realmente crê no que faz, nas suas leituras?
Pode ser difícil ser sincero consigo mesmo e se dar conta que no fundo, realmente não cremos no que lemos ou fazemos.
Com isto não quero dizer que as técnicas e as leituras não sirvam. Tudo serve, tudo é válido. Mas o que funciona para uns, não funciona para outros. Cada um traz uma frequência/energia diferente, daí a importância do discernimento e de saber o que se passa no nosso interior.
Somente rodear-se e nutrir-se daquilo que realmente faz bem ao seu coração (que ressoa).
Como saber o eu faz bem ao seu coração?
É aquilo que ao ler, ver, escutar o sentido te chega completamente de paz, alegria, felicidade. São aquelas palavras e símbolos que ao vê-los parece que você mesmo que escreveu. É aquilo que chega a alma.
Atrevam-se a tomar os desafios da sua vida como uma forma de aprender sobre você mesmo e como uma forma de conhecer os limites de sua consciência.


sábado, 16 de abril de 2016

O Significado do ॐ OM





 ॐ Essa sílaba única, Om, vem dos Vedas. Como uma palavra sânscrita, significa avati raksati – aquilo que lhe protege, lhe abençoa. 

É considerado o som mais próximo da palavra divina, e a origem de todas as demais. Segundo o Mandukya Upanishad, OM é aquele que existiu e existirá sempre. 

A sílaba OM é considerada por várias escolas, mestres e tradições o som primordial do Universo. 

Assim, pode-se afirmar que OM é o princípio, meio e fim. É a totalidade. É chamado na Índia por mátriká mantra, o som matriz matriarcal que tudo originou. Nos Vedas, é definido como “aquele que tudo inclui, a origem e o fim do Universo”.

Portanto, Nele o universo se cria, se conserva e se dissolve. É o som-semente que desenvolve o centro de força da “Terceira Visão”, responsável pela intuição, meditação e pelos fenômenos da telepatia e clarividência.


É o primeiro dos símbolos sagrados na Índia que possui a força de ser a descrição visual do som cósmico, do qual toda a matéria e o espaço são originados. No seu som monossilábico, contém Brahman ou o universo inteiro em sua energia. O universo inteiro significa não somente o universo físico, mas também a experiência dele. 

Deste modo, o OM é fundamental na cultura Hindu, e seu símbolo é a primeira figura que toda a criança deve desenhar no início de sua educação.

Ele é, também, a primeira evocação que é cantada para evocar os deuses numa oração. Seu motivo pode ser visto em pórticos, portões, templos, livros em geral, textos religiosos, em berços de recém nascidos e em roupas cerimoniais, numa grande variedade de cores e com muitos tipos de enfeites.

Podemos vê-lo como um equivalente à luz branca, em que nele pode ser encontrado todas as cores do arco-íris. Na tradição Hindu Om é a palavra de afirmação solene e respeitoso acordo .


OM é a contração da palavra SOHAM e é, assim, o Som Primordial, o sopro vital, o som de vida. Ele equilibra o Ser dando-lhe todo o seu poder estabelecendo a harmonia entre os diversos veículos do homem integral nas suas três divisões fundamentais (corpo, mente e espírito).

Por outro lado, sendo o som mais puro que existe, ele regenera o homem a todos os níveis e situa-o no plano divino. OM é, por excelência, o som universal de meditação, aquele que dá progressivamente acesso às mais altas realizações espirituais.



Dentro do símbolo há os cinco elementos do Universo – terra, fogo, ar, água e éter. Confome o mestre hindu Pranavopanishad, o A é nirman (criação de tudo), é Brahma, o criador e a Terra. U é shiti (conservação do Universo), é Vishnu, o preservador. O espaço M é Pralaya (transformação do Universo), é Shiva, o dstruidor e a iluminação. Observe que na existência tudo é regido por estas três energias: criação, preservação e destruição.

Avati Raksati - aquilo que lhe protege, lhe abençoa. Como se dá essa proteção? É um mantra e é um nome do Senhor. 




O nome do Senhor lhe protege através da repetição do próprio nome. Pelo nome você reconhece o Senhor. E, portanto, é reconhecimento em forma de oração. 

Uma compreensão profunda sobre este símbolo místico revela que é composto de três sílabas combinada em uma, não como uma mistura física mas como uma combinação química.

Na verdade em Sânscrito a vogal 'o' é constitucionalmente um ditongo composto de a + u; por isso OM é representativamente escrito como AUM.

Apropriadamente, o símbolo do AUM consiste de três curvas (curvas 1, 2 e 3), um semicírculo (curva 4) e um ponto.


A curva maior 1 simboliza o estado de vigília, neste estado a consciência é voltada para o interior através dos portões dos sentidos.

O tamanho grande significa que este é o estado mais comum ('maioria') da consciência humana.
A curva de cima 2 mostra o estado de sono profundo ou estado de inconsciência.

Este é um estado onde quem dorme não deseja nada nem passa por nenhum sonho.
A curva do meio 3 (que se localiza entre o sono profundo e o estado de vigília) significa o estado de sonho.

Neste estado a consciência do indivíduo é voltado para o interior e o sonhador contempla uma visão encantadora do mundo atrás das pálpebras dos olhos.

Estes são os três estados da consciência de um individuo, já que o pensamento místico Indiano acredita que a realidade manifestada inteira se origina desta consciência, portanto estas três curvas representam o fenômeno físico .


O ponto (4) significa o quarto estado da consciência, conhecido em Sânscrito como turiya.

Neste estado a consciência não parece nem extrínseca nem intrínseca, nem os dois juntos.
Significa o voltar para a quietude de toda existência relativa e diferenciada. Este estado quieto total, pacífico e bem-aventurado é o alvo absoluto de toda atividade espiritual.

Este estado Absoluto(não-relativo) ilumina os outros três estados. 


Finalmente, o semi círculo simboliza Maya e separa o ponto das outras três curvas. Deste modo, é a ilusão de maya que nos previne da realização dos mais altos estados de bem-aventurança. O semi-círculo é aberto no topo e não toca o ponto. Isto significa que este estado mais alto não é afetado por maya.
Maya só afeta o fenômeno manifestado.

Este efeito é quem previne o investigador de alcançar seu alvo final, a realização do Um, do onisciente, do não-manifesto, do princípio Absoluto.

Desta maneira, a forma de OM representa tanto o não-manifesto e o manifesto, o númeno e o fenômeno.

Sendo um mantra, ele é repetido, e, portanto, torna-se uma prece. O Senhor é o protetor e o provedor; aquele que abençoa é o Senhor; o Senhor é na forma de bênção. 

Repetido Om, você invoca o Senhor naquela forma específica. Então, dessa maneira, Om lhe protege. Portanto, ele é fiel a seu nome. É o Senhor que lhe protege, e não o som.

O Senhor é Um e não-dual. Isso é o que dizem os Vedas. O que existia antes, o que existirá depois e o que existe agora. 


Tudo isso, sarvam, é realmente Om. Tudo o que existe é Om. Tudo o que existiu é Om, e também tudo o que existirá depois, no futuro. Passado, presente e futuro, incluindo o tempo e tudo o que existe no tempo - tudo isso é Om. Aquele Om é Brahman. 

Portanto, o Senhor é não-dual, e esse não-dual é Um. A sílaba é também uma e não-dual, significando que tudo está dentro dela. E tudo está dentro de Om.

Como um som sagrado também, a pronúncia das três sílabas AUM é aberto para uma rica análise lógica.

O (A) simboliza o estado de vigília, e assim, o estado de sonho (simbolizado por U), situa-se entre o estado de vigília (A) e o estado de sono profundo (M). Na verdade um sonho nada mais é do que um componente da consciência da vida em vigília formada pela inconsciência do sono.

A é um mátra, U é outro e M mais outro. Brahman é sarvam (tudo) e também está na forma de três. Brahman em estado causal, como súkshma prapañcha, o mundo sutil, e o sthúla, o mundo físico. O corpo físico é chamado de sthúla, assim como o universo físico.



Dentro desse corpo físico existe outro mundo. É o mundo do nosso prana que mantém este corpo vivo e inclui a mente e os sentidos. É sutil, pois está dentro desse corpo físico, não visível, mas sua presença não se perde. Portanto, o que mantém esse corpo vivo, sem o qual estaria morto, isso é súkhma. 

Quando sthúla e súkshma estão juntos, então existe vida. Quando súkshma não está presente, esse corpo físico fica inerte. 

Dessa maneira, temos o Senhor nos três níveis: no nível físico, sutil e causal. Na nossa vida diária também temos três estados distintos de experiência: o acordado, o sonho e o sono profundo. 

No sono profundo o indivíduo está na forma causal. No sonho você se identifica com o súkshma (sutil), sua própria mente. A mente está acordada e existe uma experiência de sonho e um mundo de sonho. 

E você ainda identifica-se com o corpo físico e tem então o estado acordado. Então temos três estados de experiência e três mundos. Isso constitui o indivíduo enquanto ser acordado e todo o mundo físico, o ser que sonha e todas as experiências sutis e o causal, no sono profundo. São três e completam tudo o que existe a nível individual e total.


Além da natureza tríplice do OM como um som sagrado está a quarta dimensão invisível que não pode ser distinguida pelos nossos restritos órgãos dos sentidos como nas observações materiais.
Esta quarta dimensão é indescritível, silêncio total que segue a elocução do OM.

Uma quietude de todas as manifestações diferenciadas, ou seja, um estado pacífico , bem-aventurado e não-dual. Na verdade este é o estado simbolizado pelo ponto na iconografia tradicional do AUM.

Geralmente, cantamos Om no início e no final de qualquer coisa. Om representa um início auspicioso.

O simbolismo tríplice do OM é compreensível para a maioria de nós humanos 'ordinários' , percebidos tanto no nível intuitivo quanto objetivo . Isto é responsável pela popularidade e aceitação geral.

Por este símbolo se estender sobre o espectro inteiro do universo manisfestado, faz com que seja uma fonte verdadeira de espiritualidade.



De acordo as ciências espirituais Indianas, Deus primeiro criou o som e destas frequências sonoras veio o mundo do fenômeno. 

Nossa existência total é constituída destes sons primordiais, que dão origem aos mantras quando organizados por um desejo de se comunicar, manifestar, invocar ou materializar.

É dito que a própria matéria se originou do som e o OM é o mais sagrado de todos eles.

O OM (ॐ) é o ponto de ligação de um ponto qualquer com todo o resto universo, isto é, não só representa esse momento de paz como também representa o silêncio que une dois mundos diferentes. 


É a sílaba que precede o universo e da qual os deuses foram criados. É a sílaba "raiz" (mula mantra), a vibração cósmica que mantém unidos os átomos do mundo e dos céus.


Mantra da paz universal - OM SHANTI OM
 

" Como muitos outros mantras, este começa com a palavra" Om ". Considera-se que Om é o som original , o som do Universo de que todos os sons vêm. 
A segunda parte do mantra, Shanti , significa " Paz", tão simples. É um belo significado e também um som bonito . Isso é interpretado como a paz no corpo , fala e mente ( todo o nosso ser ) ou como um desejo de paz individual , coletiva e universal.


Deva Premal - Om Namo Bhagavate
 
OM NAMO BHAGAVATE  (do sânscrito): é um dos mantras de evocação de Krishna. 
OM é a vibração interdimensional que interpenetra a tudo e a todos.
NAMO: Saudação ou reverência ao poder divino.
BHAGAVATE: Respeito ao Senhor.
Quando alguém faz esse mantra completo, evoca Krishna como homem que também viveu aqui na Terra e sabe das dificuldades enfrentadas por todos.

SEJAMOS LIVRES...



Há algo profundamente errado em sua crença (seja política, religiosa, etc…) se ela inibe o livre pensamento. 

Se não aceita discordâncias, dúvidas, diferenças. 


Fé não serve para proteger, mas para projetar.

Não seja agnóstico, nem ateu, nem cristão, nem budista, nem teísta, nem humanista, nem capitalista, nem comunista, nem nada que lhe roube a liberdade para crer, descrer, construir e, se for o caso, desconstruir. 


Ande com as próprias pernas !

Que a paz seja seu árbitro e a consciência a estrada que lhe projeta sobre o caminho do entendimento e da liberdade. 


Toda tentativa de absolutização humana é uma violência contra nossa própria natureza.

O que chamamos de “verdades” são fragmentos, vistos a partir da perspectiva que somos; um ponto em movimento que vê parte do que jamais poderá ser visto na totalidade enquanto existirmos no tempo, fragmento do infinito.


Sejamos como as crianças, os animais, os simples de coração.

Eles não tem “ismos” nenhum, não defendem nenhuma tese, nem doutrinas, não se incluem em teoria alguma, no entanto seguem puros em sua ignorância iluminada, na paz de quem sabe, mesmo sem saber que sabe.

Felizes, pacificados, alheios às nossas tolas filosofias e discussões, atentos em simplicidade ao que realmente importa. 


Sejamos livres!

Flavio Siqueira













segunda-feira, 11 de abril de 2016

PAI NOSSO...

PAI NOSSO, QUE ESTÁS NAS FLORES, NO CANTO DOS PÁSSAROS, NO CORAÇÃO A PULSAR, QUE ESTÁS NA COMPAIXÃO, NA CARIDADE, NA PACIÊNCIA E NO GESTO DE PERDÃO...
PAI NOSSO, QUE ESTÁS EM MIM QUE ESTÁS NAQUELE QUE EU AMO, NAQUELE QUE ME FERE, NAQUELE QUE BUSCA A VERDADE...
SANTIFICADO SEJA O TEU NOME, POR TUDO O QUE É BELO, BOM, JUSTO E GRACIOSO...
VENHA A NÓS O TEU REINO DE PAZ E JUSTIÇA , FÉ E CARIDADE, LUZ E AMOR...
SEJA FEITA A TUA VONTADE, AINDA QUE MINHAS ROGATIVAS PREZEM MAIS O MEU ORGULHO DO QUE AS MINHAS REAIS NECESSIDADES...
PERDOA AS MINHAS OFENSAS, OS MEUS ERROS, AS MINHAS FALTAS. PERDOA QUANDO SE TORNA FRIO MEU CORAÇÃO...
PERDOA-ME, ASSIM COMO EU POSSA PERDOAR ALGUÉM QUE ME OFENDEU MESMO QUANDO MEU CORAÇÃO ESTEJA FERIDO...
NÃO ME DEIXES CAIR NAS TENTAÇÕES DOS ERROS, VÍCIOS E EGOÍSMO...
E LIVRA-ME DE TODO O MAL, DE TODA A VIOLÊNCIA, DE TODO INFORTÚNIO, DE TODA ENFERMIDADE ...LIVRA-ME DE TODA A DOR, DE TODA A MÁGOA DE TODA DESILUSÃO...
MAS, AINDA ASSIM, QUANDO TAIS DIFICULDADES SE FIZEREM NECESSÁRIAS QUE EU TENHA FORÇA E CORAGEM DE DIZER: OBRIGADO, PAI, POR MAIS ESTA LIÇÃO...QUE ASSIM SEJA... 




domingo, 14 de fevereiro de 2016

Angelic Reiki ...


MUSICA PARA MEDITAÇÃO...





QUARESMA, TEMPO DE PENITÊNCIAS?


 quaresma


É chegado o tempo da quaresma, período de quarenta dias que antecede a data mais importante para o cristianismo: “A morte e a ressurreição de Cristo”.


Nesta época, os cristãos em sua maioria, são convidados à reflexão espiritual promovendo uma renovação sincera de atitudes. Para os católicos, faz-se necessário a oração, a penitência e a caridade para o encontro com Deus, tempo de preparação para a páscoa.  
Momento de Oração
No período quaresmal é muito comum nos depararmos com pessoas cumprindo promessas, jejuando e fazendo penitências. Os fiéis mais tradicionais se abstêm do consumo da carne vermelha, outros passam os quarenta dias sem cortar o cabelo e a barba, enfim, não raro são aqueles que realizam algum tipo de sacrifício neste período.
Segundo o dicionário da língua portuguesa, a palavra penitência faz referência a arrependimento, remorso de haver ofendido a Deus, ou uma pena que o confessor impõe ao confessado. Já o sacrifício, tem o sentido de “fazer alguma coisa sagrada”, entretanto esse conceito é variável de acordo com as diferenças culturais.
De um modo geral, as penitências são caracterizadas por privações voluntárias que aproximam de alguma forma o homem a Deus, isentando-os de seus pecados.
Mas, quarenta dias seriam suficientes para redimir os homens de seus erros? Até que ponto as penitências são válidas? Será que necessitamos de um período específico para refletir nossas atitudes e dar início a uma transformação moral?

Busquemos a resposta em O Livro dos Espíritos, nas perguntas 720, 722, e 726 no Capítulo V – “Da Lei de Conservação”:

720. São meritórias aos olhos de Deus as privações voluntárias, com o objetivo de uma expiação igualmente voluntária?

“Fazei o bem aos vossos semelhantes e mais mérito tereis.”

a) Haverá privações voluntárias que sejam meritórias?

“Há: a privação dos gozos inúteis, porque desprende da matéria o homem e lhe eleva a alma. Meritório é resistir à tentação que arrasta ao excesso ou ao gozo das coisas inúteis; é o homem tirar do que lhe é necessário para dar aos que carecem do bastante. Se a privação não passar de simulacro, será uma irrisão.”


722. Será racional a abstenção de certos alimentos, prescrita a diversos povos?

“Permitido é ao homem alimentar-se de tudo o que lhe não prejudique a saúde. Alguns legisladores, porém, com um fim útil, entenderam de interdizer o uso de certos alimentos e, para maior autoridade imprimirem às suas leis, apresentaram-nas como emanadas de Deus.”

726. Visto que os sofrimentos deste mundo nos elevam, se os suportarmos devidamente, dar-se-á que também nos elevam os que nós mesmos nos criamos?

 “Os sofrimentos naturais são os únicos que elevam, porque vêm de Deus. Os sofrimentos voluntários de nada servem, quando não concorrem para o bem de outrem. Supões que se adiantam no caminho do progresso os que abreviam a vida, mediante rigores sobre-humanos, como o fazem os bonzos, os faquires e alguns fanáticos de muitas seitas? Por que de preferência não trabalham pelo bem de seus semelhantes? Vistam o indigente; consolem o que chora; trabalhem pelo que está enfermo; sofram privações para alívio dos infelizes e então suas vidas serão úteis e, portanto, agradáveis a Deus. Sofrer alguém voluntariamente ,apenas por seu próprio bem, é egoísmo; sofrer pelos outros é caridade: tais os preceitos do Cristo.”

Analisando as afirmativas contidas em “O Livro dos Espíritos”, observamos que a visão do espiritismo com relação às penitências, difere de outras religiões. Para a doutrina dos espíritos, as privações somente são válidas quando afastam o homem das futilidades materiais que nada acrescentam na evolução do espírito, entretanto, deve ser um exercício contínuo na busca pelo progresso moral, não limitando-se a quarenta dias a cada ano.
Terá maior mérito perante Deus, aquele que aplica sua penitência em benefício de outrem, ou seja, pratica a caridade que, aliás, para nós que ainda somos espíritos imperfeitos, ser caridoso é uma grande penitência.
Com relação a abstinência de certos alimentos, segundo o espiritismo, nos é permitido consumir qualquer substância que não nos comprometa a saúde, em qualquer época do ano, isso se aplica ao consumo de carne. Devemos considerar que nossa matéria densa carece de proteína para funcionar adequadamente, cuja principal fonte é a carne.
"Carnevale" - Idade Média
A proibição do consumo de carne vermelha na quaresma surgiu na idade antiga, consolidando-se na idade média, época em que os pobres não tinham recursos para introduzir a carne em suas refeições. Desta forma a carne vermelha era consumida apenas pelos ricos nos banquetes, onde se tornou o símbolo da gula, um dos pecados capitais. Para evitar conflitos com a nobreza, a igreja orientava o consumo de carne à livre demanda, por sete dias, antes do período quaresmal, essa tradição ficou conhecida como “carnevale”(o prazer da carne), daí a origem do carnaval. Após o “carnavale”, a população deveria abster-se da carne pelos quarenta dias que antecediam a páscoa. O peixe não entrou nesta lista, por isso tinha o consumo liberado.
Cristo ensinando a caridade.
Com o passar dos tempos, a carne foi introduzida no cardápio do dia a dia, perdendo a tradição dos banquetes. E hoje, cada vez menos as pessoas praticam a abstinência de carne vermelha na quaresma, provando que esses hábitos são apenas tradições que nada tem haver com os ensinamentos do Cristo.
Diante dessas considerações, podemos afirmar que as privações voluntárias pouco contribuem para o progresso espiritual, uma vez que, o sofrimento provocado caracteriza imaturidade de nosso espírito, pois não produz nenhum efeito depurador para a alma, ao contrário do sofrimento natural.
Busquemos sim, uma reflexão profunda de nossas atitudes para auxiliar em nossa reforma íntima, pratiquemos a caridade em auxílio do próximo para sermos também auxiliados, mas lembremos, todo o tempo é tempo de plantar.


Referências: 

“O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec

AMA-TE E VIVA A VIDA...