Jesus conversava com os homens através de parábolas, uma forma
de ensinar contando histórias, respeitando o tempo de cada um para o
entendimento dos ensinamentos sobre nós – humanos – e a vida.
A parábola “Trabalhadores da Última Hora” nos é um convite a perceber
como devemos aproveitar a vida atual para nosso desenvolvimento moral e
espiritual.
Nesta história contada por Jesus, havia um homem rico, dono de
uma vinha, que pela manhã saiu às ruas em busca de trabalhadores. Para cada
contratado, prometia pagar um tostão. Assim foi o dia inteiro, correndo aqui e
ali em busca de homens que quisessem trabalhar na vinha. Ao final do período,
começando pelos últimos que chegaram, pagou tostão a tostão, conforme o
combinado.
Aqueles que iniciaram a labuta pela manhã e fizeram o trabalho
incansável o dia todo foram os últimos a receber e ganharam a mesma quantia dos
demais. O fato incomodou e causou revolta a esses trabalhadores, que acharam a
atitude do dono da vinha como injusta, mesmo ele tendo acertado o valor que tinha
sido combinado.
Vamos trazer esta parábola para a nossa realidade, fazer com que
os trabalhadores sejamos nós, habitantes do planeta Terra, pessoas encarnadas.
E o reino dos céus seria o senhor das vinhas. Nós apenas imaginamos como
ele seja, não o compreendemos e pouco entendemos como se procede ao código de
justiça divina.
Viemos para esta vida porque fomos chamados a vencer novas
etapas das nossas limitações, dos nossos defeitos e falhas. Nós viemos para
vencer nossas tendências ruins, para cultuar virtudes sublimes adormecidas e
que podem nos aproximar do chamado “reino dos céus”. Por mais que este reino
seja um enigma, o buscamos o tempo todo, porque entendemos – ainda que de forma
inconsciente – que nele seremos felizes, puros, teremos paz e felicidade plena.
Os “trabalhadores da última hora” podem ser cada um de nós. Na
vida trabalhamos, lutamos, vivemos, reclamamos, sonhamos e assim vai num ciclo
interminável. Muitas vezes somos bonificados rapidamente pelos nossos esforços,
em outros momentos, nem tanto. Tudo depende do nosso merecimento e de estarmos
preparados para o “pagamento”, porém nem sempre temos consciência para
reconhecer isso.
Ao recordar a história da Humanidade, podemos constatar que
muitos trabalhadores surgiram para trazer a Boa Nova, as mensagens e exemplos
que enobrecem o ser humano. Entre eles, desde lá trás, estão Moisés, João
Batista, Jesus e seus apóstolos, Allan Kardec, Bezerra de Menezes, Chico Xavier
e outros tantos que vieram para criar ações que promoveram contribuições à
Humanidade.
Mania de reclamar
A parábola fala dos trabalhadores que reclamam do salário justo
e esse tipo de situação muito tem a ver com nossa vida. Salário é recompensa. A
pergunta é: que recompensa nós queremos para esta vida? Há quem diga que é saúde,
outro não vacila em afirmar que é dinheiro, na lista ainda aparecem bom
emprego, amigos de verdade, reconhecimento profissional, filhos e assim vai, a
lista é grande.
Se a cada um é dado conforme as suas obras, o que teremos de
fazer para que as coisas melhorem para nós? Trazendo esta reflexão para os
ensinamentos espíritas, o salário espiritual que receberemos será de acordo com
o mérito do nosso trabalho. Mais que labutar pelas necessidades físicas
inerentes à condição atual, precisamos trabalhar e muito para atender as
necessidades espirituais que nos acompanham dia a dia. Ser solidário, fraterno,
tolerante, desprendido, paciente, ficar um pouco consigo mesmo, dedicar um
tempo para estudar a doutrina espírita, doar outro tempo para uma causa justa…;
enfim, fazer coisas edificantes é um alimento espiritual nutritivo, que nos faz
sentir a presença de Deus.
“Há muitos os chamados e poucos os escolhidos”, disse Jesus.
Realmente, Cristo nos fez um alerta e um convite ao mesmo tempo. Pediu para que
fizéssemos da vida encarnada uma oportunidade ímpar. Veja a condição do
nosso planeta. A Terra é habitada por milhares de pessoas, porém quantos de nós
teremos caminhado uns passinhos à frente rumo à perfeição ao desencarnar?
Não tem como ser promovido no trabalho sem fazer a diferença,
sem inovar e trazer resultados, sem fazer bem para aquilo que foi contratado.
Não tem como passar de ano na escola da vida sem se tornar um especialista e
provar que aprendeu. Não saberemos como é o reino dos céus sem sermos melhores
no amor, melhores na dor, melhores em tudo. Precisamos cultivar o otimismo, a
crença no melhor, cultivar bons pensamentos e virtudes edificantes. Queira ser
melhor e comece a se preparar hoje.
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