domingo, 29 de novembro de 2015

O SEMEADOR....

Naquele mesmo dia, tendo saído de casa, Jesus sentou-se à borda do mar; em torno dele logo reuniu-se grande multidão de gente; pelo que entrou numa barca, onde sentou-se, permanecendo na margem todo o povo. Disse então muitas coisas por parábolas, falando-lhes assim: 

Aquele que semeia saiu a semear; e, semeando, uma parte da semente caiu ao longo do caminho e os pássaros do céu vieram e a comeram. 

Outra parte caiu em lugares pedregosos onde não havia muita terra; as sementes logo brotaram, porque carecia de profundidade a terra onde haviam caído. Mas, levantando-se, o Sol as queimou e, como não tinham raízes, secaram. 

Outra parte caiu entre espinheiros e estes, crescendo, as abafaram. 

Outra, finalmente, caiu em terra boa e produziu frutos, dando algumas sementes cem por um, outras sessenta e outras trinta. 

Ouça quem tem ouvidos de ouvir. Mateus, 13:1-9 

Escutai, pois, vós outros, a parábola do semeador. 

 Antes de entrar no tema, precisamos entender o significado da palavra parábola. 

Parábola é uma narrativa alegórica, curta, na qual as personagens são seres humanos e encerra um fundo moral e instrutivo. 

Jesus evangelizava as pessoas através de parábolas, usando as coisas mais simples do dia-a-dia para transmitir seus ensinamentos espirituais, que nem todos compreendiam; por isso Ele dizia: Ouça quem tem ouvidos de ouvir

Jesus sabia que a sua mensagem seria entendida apenas pelos homens de boa vontade, com as almas já preparadas para receber a Revelação Divina. 

Na parábola, Jesus fala sobre um semeador, um trabalhador do campo cujo trabalho é semear, lançar as sementes sobre o terreno preparado para a semeadura. 

Naquela época não existiam máquinas para esse trabalho. 
Desse modo, o trabalhador encarregado de semear carregava consigo uma bolsa cheia de sementes e ia caminhando pelo terreno a ser semeado; de tempos em tempos apanhava um punhado de sementes e as lançava à sua frente; as sementes lançadas iam caindo, algumas à beira do caminho, outras no meio das pedras, outras no meio dos espinhos e outras no terreno fertilizado, preparado para a semeadura. 

Mas, na parábola, o semeador não é qualquer um, mas o próprio Jesus; é Ele mesmo quem sai a semear.

a semente, não é um grão qualquer, mas a palavra de Deus

E a palavra que Jesus saiu a semear chama-se Evangelho, a Boa Nova que Ele veio trazer à Humanidade. 

Jesus é o Divino Semeador e o solo - a terra onde Ele lança a semente -, somos nós, os homens. 

Os diversos tipos de solo, onde as sementes vão caindo, representam os diferentes estágios evolutivos daqueles que ouvem a mensagem; o solo onde a semente cai é o Espírito; alguns estão prontos para receber a semente - a palavra de Deus, as verdades espirituais -, outros ainda não. 

“Eis que o semeador saiu a semear” é expressão que encerra profundo magnetismo. Trata-se de um convite dirigido aos Espíritos abertos ao aprendizado, já que a mensagem do Cristo implica o lançamento nos diferentes solos humanos.

E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves e comeram-na (Mt 13:4). Esse tipo de solo,  simboliza as pessoas que permanecem à margem das orientações espirituais que lhes chegam durante a existência, pessoas que ouvem a mensagem de Jesus com indiferença. São como as pessoas que estão “na estrada”, viajando; as paisagens vão passando e não há tempo para gravar nada na memória, porque na estrada tudo passa muito rápido quando estamos no carro, no ônibus ou no trem. 
Essas são as pessoas preocupadas apenas com as coisas materiais e que nenhum valor dão às coisas espirituais. Ouvem as mensagens do Evangelho, mas não entendem; vêem, mas não enxergam. Essas pessoas ainda não despertaram para a vida espiritual. São as pessoas em que as palavras “entram por um ouvido e saem pelo outro”. 

E outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda. Mas, vindo o sol, queimou-se e secou-se, porque não tinha raiz. (Mt 13:5-6). As pedras indicam formações mentais cristalizadas ainda existentes em todos nós, Espíritos imperfeitos, mas que precisam ser removidas ou desfeitas, seja pelo conhecimento de verdades imortais, seja pela melhoria moral. As pedras podem, também, ser vistas como condicionamentos ou reflexos dominantes da personalidade que se expressam sob a forma de interesses passageiros e superficiais, e que não cedem espaço a entendimentos mais profundos. Toda disposição de melhoria, não se deve restringir às boas intenções. É necessário que construamos uma boa base (com “terra funda”) de conhecimento doutrinário que possa alimentar a nossa sincera vontade de melhorar, criando empecilhos ao desânimo e ao abandono do trabalho.
Também podemos dizer que as sementes que caíram em solo pedregoso representam as pessoas cujos corações se assemelham às pedras; são impenetráveis às novas ideias e aos novos conhecimentos; ouvem a mensagem, mas a semente divina não consegue criar raízes em suas almas. 

Outras sementes caíram no meio do espinheiro, começaram a crescer, mas foram sufocadas pelos espinhos que cresceram junto delas. 

Essas são as pessoas que recebem a semente divina, permitem que germine, mas antes que ela crie raízes e se fortaleça, é abafada pelos espinhos; aqui os espinhos representam as ambições e fascinações do Mundo, que sufocam a mensagem e impedem que o homem aproveite a oportunidade de se transformar, por estar mais preocupado com as coisas materiais do que com as espirituais. 



Finalmente, Jesus diz que algumas sementes caíram em solo fértil e deram cem por um, outras sessenta e outras trinta. 

Esse solo fértil representa as pessoas de boa vontade; aquelas que ouvem e entendem a palavra de Deus; aquelas nas quais a mensagem de Jesus criou raízes e frutificou; aquelas que abrem mão das ilusões da vida material e se transformam; são aquelas que passam a viver de acordo com as leis de Deus, usam o Evangelho como roteiro para a sua vida e renovadas, transformam-se e passam a semear a semente divina a seu redor. 

Todos nós queremos edificar coisas grandes em nossas vidas. 

Mas a pergunta é: estamos dispostos a preparar o solo, remover as pedras e os espinhos que existem em nosso terreno para que a semente frutifique, cresça e se transforme em uma grande árvore para que muitos pássaros venham se aninhar em nossos galhos? 

O Divino Semeador plantou a semente do Reino dos Céus em todos os corações e se o nosso jardim não possui uma árvore grande, cheia de frutos e de pássaros, precisamos descobrir o que há errado conosco e fazer as mudanças necessárias. Muita Paz a todos.
[...] Se o terreno de teu coração vive ocupado por ervas daninhas e se já recebeste o princípio celeste, cultiva-o, com devotamento, abrigando-o nas leiras de tua alma. O verbo humano pode falhar, mas a Palavra do Senhor é imperecível. Aceita-a e cumpre-a, porque, se te furtas ao imperativo da vida eterna, cedo ou tarde o anjo da angústia te visitará o espírito, indicando-te novos rumos. XAVIER, F. C. Pão Nosso. Pelo Espírito Emmanuel. Cap. 25

Nenhum comentário:

Postar um comentário