Em pesquisas de cientistas de várias partes do mundo, só há pouco tempo divulgadas, descobriu-se que temos um "ponto de Deus" no cérebro, Uma área nos lobos temporais que nos faz buscar um significado e valores para nossas vidas. É uma área ligada à experiência espiritual. O assunto já foi abordado em reportagens de capa pelas revistas americanas Neewsweek e Fortune. Vejamos alguns trabalhos amparados cientificamente que vão ao encontro dessa teoria:
Estudos científicos na área da saúde têm demonstrado que a espiritualidade desenvolvida produz, de fato, efeitos positivos na vida da pessoa. Diversas pesquisas têm comprovado que, por intermédio da ação neurotransmissora, a espiritualidade atua não só a nível cardiovascular, como também nos sistemas imunológico e endócrino (Seybold, 2007). Por meio do sistema nervoso simpático e parassimpático, a espiritualidade provoca diminuição da frequência cardíaca, da pressão sanguínea e dos níveis de cortisol, ativando, assim, as funções de defesa e diminuindo os níveis de ansiedade (Koenig, 1998; Santos, 2009).
Em outro estudo, com doentes oncológicos, foram revistos vários trabalhos de investigação, e, a partir destes, analisou-se a relação entre bem-estar e espiritualidade(Visser, Garssen & Vingerhoets, 2010). Constatou-se que as pessoas que apresentavam uma prática espiritual ou religiosa regular apresentavam valores tensionais mais baixos, eram mais calmas e, simultaneamente, mais pró-ativas. Ou seja, mesmo tendo uma doença oncológica, predispunham-se menos a estar paradas e aproveitavam o tempo para visitar outras pessoas ou para passear. Em catorze dos estudos considerados, analisou-se, também, o bem-estar segundo as dimensões vertical e horizontal da espiritualidade, tendo-se verificado que a dimensão horizontal, isto é, a dimensão “não transcendental”, era a que tinha uma maior associação com o bem-estar (Koenig & Larson (2001), Rippentrop, Altmaiaer & Burns (2006) e Wachholtz, Pearce & Koenig (2007)).
A título de exemplo fora do ambiente hospitalar, citamos ainda o estudo desenvolvido após o 11 de Setembro por Shuster (2001). Neste trabalho, publicado no New England Journal of Medicine, constatou-se que a maioria dos americanos usaram as suas crenças espirituais como forma de lidarem com o estresse gerado pelo ataque terrorista. Os seus mecanismos de coping se centraram no diálogo com outras pessoas (98%), na religião (90%), na participação em atividades de grupo (60%) e na partilha de bens (36%), o que vem comprovar a importância do acesso à espiritualidade, não só em matéria de saúde como também enquanto estratégia de adaptação às diversas dificuldades da vida.
De acordo com o National Cancer Institute (2011), as crenças espirituais podem, efetivamente, atuar como um importante mecanismo de coping, ajudando a pessoa a encontrar o bem-estar espiritual. Conscientes do seu valor, investigadores de todo o mundo defendem, atualmente, a sua promoção como meio complementar no tratamento das mais diversas patologias, o que nos leva a concluir que a espiritualidade tem um forte efeito terapêutico que não deve ser subvalorizado.
É nesse cenário que a inteligência espiritual ganha relevância, contribuindo para o desenvolvimento das pessoas independentemente de suas crenças religiosas. É possível desenvolver a espiritualidade em um processo que envolve a busca de propósito e sentido na vida, bem como alimentando o espírito de suas principais necessidades: a de se relacionar com o transcendente, consigo, com o outro e com o meio ao seu redor.
Cauby Anselmo
Life Coach
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